De acordo com o pesquisador, esses animais começaram a evoluir há 60 milhões de anos para ocupar o vazio deixado pela extinção dos dinossauros. Eles viveram na América do Sul entre 10 milhões e 10 mil anos atrás aproximadamente e desapareceram totalmente devido a mudanças climáticas. 'O índio brasileiro conviveu com esses tatus gigantes', diz Buchmann. 'Em Santa Catarina, índios e outros animais usavam as tocas como casa', completa o paleontólogo.
Ainda não se sabe exatamente que espécie de tatu gigante foi responsável pela construção das galerias subterrâneas no sul do Brasil. Até agora, as evidências sugerem que o escavador foi um tatu dos gêneros extintos Propraopus ou Eutatus. As únicas pistas são as marcas de carapaça, cotovelos, pêlos e principalmente garras impressas nas paredes. Buchmann registra essas marcas em silicone para depois tentar comparar com fósseis em museus. Mas, com as paleotocas, os pesquisadores podem estudar quais eram os hábitos dos tatus gigantes - mais do que é possível saber apenas com a análise de seus ossos fossilizados.
Proposta para que um dos túneis encontrados - a paleotoca de Cristal, no Rio Grande do Sul - seja preservado como patrimônio natural da humanidade foi aprovada pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos em 2008. Buchmann e sua equipe trabalham agora na elaboração do texto que permitirá o registro definitivo do sítio geológico e a sua conservação.
Fontes: Globo Rural