
A última refeição do animal, de frutas e folhas, permaneceram na cavidade do estômago, demonstrando que morreu bruscamente, e segundo a Ciência, a boa conservação do corpo mostra que a fossilização foi relativamente rápida – já que foi extraída de uma rocha metamórfica, proveniente da ação de temperatura e pressão sobre argila, na pedreira perto de Darmstadt, Alemanha – indica que a causa da morte pode ter sido por afogamento no lago vulcânico em Messel, mas não se tem certeza. Exames radiológicos e de tomografia computadorizada mostraram que o animal tinha um pulso esquerdo fraturado.
O fóssil foi descoberto por um colecionador privado que dividiu as ossadas em duas metades. Uma foi restaurada e vendida como se estivesse completa, acabando por ser adquirida por um museu privado em Wyoming. Em 2000, descobriu-se que era uma fraude. A outra metade, que era maior, foi comprada há dois anos pelo museu de Oslo, na Noruega.
“O meu coração começou a bater muito depressa”, disse aos jornalistas Jorn Hurum, referindo-se à compra do fóssil. “Eu sabia que o vendedor tinha nas mãos um acontecimento mundial. Não consegui dormir durante duas noites”, explicou o investigador do Museu de Oslo que esteve à frente da investigação, que foi hoje publicada na revista Public Library of Science. Quando o grupo começou a estudar o fóssil, rapidamente chegaram à conclusão que era a parte que faltava à metade já conhecida.
A pesquisa sobre sua importância foi liderada pelo cientista Jorn Hurum, do Museu de História Natural de Oslo, Noruega. Hurum diz que o fóssil representa “a coisa mais próxima que temos de um ancestral” e descreveu a descoberta como “um sonho que se tornou realidade”. Um dos pesquisadores que analisou Ida (como o fóssil foi batizado), Jenz Franzen, disse o fóssil tem traços que guardam “grande semelhança conosco”, como unhas em vez de garras e o polegar em uma posição que permite agarrar coisas com a mão, como o homem e outros primatas.
Ainda assim, segundo ele, o fóssil não parece ser um ancestral direto do homem, mas sim estaria “mais para uma tia do que uma avó”.
Os investigadores resolveram chamar a nova espécie de Darwinius masillae, em honra aos 200 anos do nascimento do evolucionista Charles Darwin.
Apesar de tudo, a descoberta está a ser um êxito. Foi mostrada em Nova Iorque no Museu de História Natural pelo presidente da cidade, Michael Bloomberg, e a seguir volta para Oslo. “São necessários um ou dois ícones para arrastar as pessoas para o museu. Isto é a nossa Mona Lisa e vai ser a nossa Mona Lisa nos próximos cem anos”, concluiu Jorn Hurum.
Fontes: Portal EcoDebate, Quarta República, Público
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